A condenação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, pelo juiz Sérgio Moro, dividiu opiniões de presidentes de partidos na Paraíba. Muitos classificaram como reflexo do momento político do País e uma medida em combate a corrupção. Outros consideram extrema, sem embasamento jurídico, como resultado da perseguição política do magistrado ao petista, e lamentaram a decisão.
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O presidente do PSDB na Paraíba, Ruy Carneiro, disse que apesar de não conhecer totalmente o processo, parte de uma premissa muito lógica de que a lei é para todos. “A lei é para Lula e para qualquer cidadão brasileiro. Quem errou deve ser punido”, comentou.
Para o tucano, que teve o partido na base de oposição do Governo Lula, apesar de ser uma medida que pode causar tristeza, faz parte da postura de um novo Brasil. “Os tempos estão mudando é importante que isso fique claro. A lei é para todos”, declarou.
O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) também se manifestou sobre a decisão do juiz Sergio Moro. "Que o Brasil estabeleça esse patamar e não recue mais. Ninguém pode estar acima da lei", relatou.
O deputado federal Benjamin Maranhão, presidente do SD, também atribuiu a condenação de Lula as mudanças que estão ocorrendo no País e até mesmo na mentalidade do Judiciário. “Vemos com isso, que a lei está sendo interpretada de forma igual para todos. Não há o que discutir em relação a isso e quem fez os seus atos que responda por eles”, avaliou.
O presidente estadual do PSB, Edvadlo Rosas, considerou muito estranho a condenação do ex-presidente Lula sair logo após a aprovação da reforma trabalhista pelo Senado. Ele considera a decisão uma forma de mudar o foco das discussões.
O socialista também disse que desconhece se o juiz conseguiu apresentar alguma prova concreta contra o presidente Lula, já que segundo ele, até então não tinham apresentado nada que provasse o envolvimento de Lula com as acusações e não se pode condenar sem provas. “Esperamos que a justiça seja feita respeitando os seus princípios, que inclui as necessárias provas para que qualquer pessoa seja condenada”, comentou.
O senador José Maranhão, presidente do PMDB na Paraíba, lamentou profundamente o ocorrido, mas afirmou que decisão judicial não se discute, se cumpre, ou recorre. De acordo com Maranhão, a pessoa mais indicada para falar sobre a condenação é o próprio Lula.
O vice-prefeito de Campina Grande e presidente do PP na Paraíba, Enivaldo Ribeiro, disse que foi pego de surpresa com a condenação do ex-presidente Lula, preferiu não opinar sobre a decisão, porque ainda não tinha conhecimento do inteiro teor da sentença e nem dos detalhes do processo.
O presidente do PT na Paraíba, Jackson Macedo, disse que não foi surpresa para nenhum petista a decisão do juiz Sérgio Moro em condenar Lula. Segundo ele, a posição do magistrado foi política e causaria surpresa.
“Não nos espantamos com uma decisão partida de Sérgio Moro. É uma decisão já esperávamos. Do ponto de vista jurídico não há nada que comprove que o tríplex do Guarujá é de Lula. Portanto estamos tranquilos”, afirmou.
De acordo com Jackson Macedo, nos próprios autos da decisão Sérgio Moro não pede a prisão de Lula e apenas condena dando ao petista o direito de recorrer a outras instâncias da Justiça.
“Não pediu a prisão para que o presidente possa na 2ª instância derrubar o processo. Por isso estamos tranquilos. Sem dúvida nenhuma, o TRF da 4ª região reverterá essa decisão”, afirmou, anunciando que o PT irá protestar contra a decisão de Moro durante ato já programado para acontecer no próximo dia 21, em João Pessoa.
O deputado federal Efraim Filho (DEM), líder do partido na Câmara dos Deputados, classificou a condenação do ex-presidente Lula como uma lição didática para os brasileiros e a garantia que “todos devem ser iguais perante a lei”.
“A sentença proferida pelo juiz Sérgio Moro contra Lula foi baseada na lei, nos fatos e nas provas. Significa o fortalecimento no combate à corrupção e a impunidade e uma lição didática para o cidadão brasileiro que acabou-se o tempo em que os poderosos não enfrentavam a Justiça e todos devem ser iguais perante a lei”, declarou o democrata.
O juiz Sergio Moro condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.