Esperado por muitos como a confirmação da ‘passagem do Brasil a limpo’, o relatório final da CPI da Petrobras apresentado segunda-feira pelo deputado petista Luiz Sérgio (RJ) deixou muito a desejar quanto às expectativas. Apesar de pedir o indiciamento de pessoas, ele não revelou os nomes. Coube aos relatores setoriais a revelação dos envolvidos nas denúncias de corrupção nas relações com a Petrobras.
Na listagem, mesmo com dezenas de políticos investigados pela Justiça e indícios apontados pelo Ministério Público, ninguém apareceu no relatório. Mais uma vez, o Congresso Nacional passa o recibo de corporativista e inoperante no que diz respeito à punição dos seus membros. Dessa forma, diferenciar as ‘laranjas podres’ do cesto fica muito difícil para o cidadão que espera tanto dos seus representantes eleitos.
A relação das pessoas a serem indiciadas será definida até amanhã, penúltimo dia de funcionamento da CPI – que ainda pode ser prorrogada se o Plenário da Câmara aprovar requerimentodo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Hugo faz avaliação positiva
O deputado Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI da Petrobras, avaliou ontem os trabalhos à frente da Comissão de forma positiva.
Segundo ele, o relatório final deverá ser votado amanhã à tarde e a missão concluída, com o indiciamento de mais de 70 pessoas e apresentação de sugestões para que a legislação da Petrobras seja revista e a empresa deixe de fazer contratos sem licitações. O parlamentar disse que ao longo desse período procurou dar o seu melhor e atuou de maneira forte, para que a CPI pudesse produzir esses resultados positivos, com o cumprimento da agenda de atividade, na qual realizou acareações, mais de 130 oitivas de pessoas importantes envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras.
Hugo Motta disse, ainda, que está chegando ao final pedindo punições para pessoas que declaram e confessam que cometeram delitos, desviaram recursos, prejudicaram a Petrobras. Além disso, vai apresentar sugestões para aperfeiçoamento da legislação no critério de contratação da Petrobras.
Segundo Motta, o processo de contratação da Petrobras foi à porta aberta para a corrupção se instalar na empresa.
Indiciados pela CPI
Petrobras
▶ Paulo Roberto Costa (ex-diretor de abastecimento)
▶ Renato de Souza Duque (ex-diretor de engenharia e serviços)
▶ Pedro José Barusco Filho (ex-gerente executivo de engenharia)
▶ Venina Velosa da Fonseca (ex-gerente executiva de abastecimento)
▶ Francisco Pais (ex-gerente executivo de abastecimento)
▶ Luiz Alberto Gaspar Domingues (ex-gerente executivo de abastecimento)
▶ Omar Antônio Kristocheck Filho (gerente setorial)
▶ Luís Carlos Queiroz de Oliveira (gerente setorial)
▶ Ricardo Luís Ferreira Pinto Távora (gerente setorial)
▶ Heyder de Moura Carvalho (ex-gerente de compras da área de Abastecimento)
▶ Nilton Maia (ex-gerente)
▶ Raimundo Pereira (ex-gerente)
▶ Eduardo Costa Vaz Musa (ex-gerente)
▶ Ricardo Abi Ramia da Silva (ex-gerente)
▶ Nestor Cuñat Cerveró (ex-diretor da área internacional)
▶ Jorge Luiz Zelada (ex-diretor da área internacional)
RNEST
▶ Carlos Alberto Carletto (gerente de integração da gestão da engenharia)
▶ Heleno Lira (gerente de setor)
▶ Ivo Tasso Bahia Baer (gerente)
▶ Marcos José Pessoa de Rezende (gerente de setor)
▶ Abenildo Alves de Oliveira (gerente de setor)
▶ Sérgio dos Santos Arantes (estimador de custo para as licitações)
▶ Glauco Legatti (ex-gerente geral)
Comperj
▶ Carlos Frederico Trevia (gerente de relacionamento e comunicação)
▶ Jairo Luiz Bonet (gerente)
▶ José Eduardo Loureiro (gerente)
▶ Nilo Vieira (ex-presidente)
▶ Jansen Ferreira da Silva (ex-gerente executivo)
▶ Sérgio Martins Bezerra (Com. de Licitação)
▶ Laerte Pires (Com. de Licitação)
▶ Gilberto Moura da Silva (ex-diretor industrial)
David Feffer (Petroquímica SUZANO)
Camargo Corrêa
Dalton dos Santos Avancini (presidente)
Eduardo Hermelino Leite (vice-presidente)
João Ricardo Auler (presidente do Conselho de Adm. )
Galvão Engenharia
Dario de Queiroz Galvão Filho (sócio da)
Erton Medeiros Fonseca (diretor-presidente de Engenharia Industrial)
Engevix
Gerson de Mello Almada (vice-presidente)
Milton Pascowitch (operador ligado)
Mendes Júnior
Sérgio Cunha Mendes (vice-presidente executivo)
UTC
Ricardo Ribeiro Pessoa (presidente)
OAS
José Aldemário Pinheiro Filho (presidente)
Agenor Franklin M. Medeiros (diretor)
Mateus Coutinho de Sá Oliveira (vice-presidente do conselho)
José Ricardo N. Breghirolli (funcionário)
Odebrecht
Marcelo Bahia Odebrecht (presidente da holding)
Alexandrino de Salles Ramos Alencar (executivo)
Rogério Santos de Araújo (diretor)
Cesar Ramos Rocha (diretor)
Marcio Faria da Silva (diretor)
João Antônio Bernardi (ex-funcionário)
Andrade Gutierrez
Otavio Marques de Azevedo (presidente)
Elton Negrão (diretor)
SBM Offshore
Julio Faerman (ex-representante)
Sete Brasil
Newton Carneiro da Cunha (presidente do Conselho de Administração)
João Carlos Ferraz (ex-presidente)
Renato Sanches (ex-diretor de Operações)
Queiroz Galvão
ldefonso Colares (ex-executivo)
Lobistas e operadores
João Augusto Rezende Henriques (lobista)
Júlio Gerin de Almeida Camargo (consultor da Toyo)
Luiz Eduardo Barbosa da Silva (ex-sócio do lobista Julio Faerman)
Fernando Antonio Falcão Soares, o “Fernando Baiano” (lobista)
Hamylton Pinheiro Padilha Junior (lobista)
Raul Schmidt Felippe Junior (ex-sócio de Jorge Zelada)
Alberto Youssef (doleiro)
Guilherme Esteves de Jesus (operador)
Paulo César Amaro Aquino (gerente executivo do Abastecimento-Petroquímica)
Roberto Gonçalves (gerente executivo de engenharia)