Os moradores da zona rural de Campina Grande, no Agreste, denunciam que estão sendo vítimas constantes de assaltos. As estradas que dão acesso às comunidades Capim Grande, Serrotão, Félix Amaro e Gaspar são os principais alvos da quadrilha armada e encapuzada que vem agindo há cerca de dois meses na região.
De acordo com a moradora da comunidade Gaspar, Ozinete Maciel, 53 anos, a quadrilha costuma agir entre as 17h e 19h, horário em que os moradores estão retornando do Centro para suas casas, após o trabalho.
“Os assaltantes ficam escondidos atrás das árvores, esperando as pessoas passarem para fazer a abordagem. Eles falam palavras de baixo calão e batem em algumas vítimas. Geralmente são dois ou três homens, mas teve uma vez que oito criminosos se dividiram e fizeram um arrastão em duas estradas. Deu uma acalmada nas últimas semanas, agora há um ou dois assaltos por noite, mas no início era quase toda noite”, revelou.
A moradora revelou ainda que não se sente segura dentro da própria residência. “Quando dá 18h da noite, eu tranco tudo aqui e não saio mais. Se bem que a gente não tem segurança nem dentro de casa. Eles também estão entrando nas casas. Há oito dias invadiram a de um rapaz aqui perto e levaram tudo o que ele tinha. Por sorte, ele não estava lá quando aconteceu.Tenho vontade de sair daqui, mas para onde você for tem violência. A gente fica à mercê dos bandidos e pedindo a Deus que tenha misericórdia de nós”, lamentou.
O marido dela, Lourival Maciel, 56 anos, contou que dinheiro e celular se tornaram os principais alvos dos bandidos.
“Estavam roubando muitas motos, mas agora eles querem dinheiro e celular. Ouvimos conversas de que o chefe da quadrilha disse para eles não roubarem mais motos, apenas os demais pertences das vítimas. As ações são praticadas a pé, inclusive a fuga”, completou.
De acordo com Lourival Maciel, há policiamento frequente no local, mas as rondas policiais são sempre realizadas após o horário em que acontecem os assaltos. O casal revelou que os moradores da comunidade estão com medo de denunciar os casos à polícia e sofrer represálias dos bandidos.