FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO/SUJEITO e PREDICADO
FRASE é qualquer enunciado que tenha sentido: Fogo!
ORAÇÃO é qualquer enunciado que contenha verbo: O fogo tomou conta da plantação.
PERÍODO é qualquer enunciado de sentido completo e que se encerra com um sinal de pontuação definido.
Portanto, temos frases verbais (contêm verbo) e nominais (não contêm verbo). Já a oração contém, obrigatoriamente, verbo.
O período pode ser simples ou composto. Dizemos que é simples quando apresenta apenas um verbo ou locução verbal*; composto, quando tem mais de um verbo:
O fogo tomou conta da plantação (período simples).
O fogo se alastrou, mas logo foi debelado pelos moradores (período composto).
*Locução verbal: Dois ou mais verbos que fazem as vezes de um só. Falaremos dela, ao longo do curso.
ESTUDO DO PERÍODO SIMPLES
1.INTRODUÇÃO
A oração (frase que contém verbo) apresenta, principalmente, dois elementos: SUJEITO E PREDICADO. Pode apresentar, também, termos que complementam o verbo: objetos direto e indireto; e outros ligados a ele, mas que não complementam, como, por exemplo, agente da passiva e adjuntos adverbiais. Há, também, termos que se ligam ao nome: complemento nominal, adjunto adnominal e aposto. O vocativo é considerado independente. Os predicativos (do sujeito e do objeto) não são enquadrados na NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira).
- SUJEITO E PREDICADO
Sujeito: termo do qual se diz alguma coisa. “É quem se responsabiliza pelo verbo”:
Os engenheiros resolveram parar a obra.
Os engenheiros = sujeito.
Predicado: Tudo o que se diz do sujeito, quando a oração tem sujeito (nem toda oração tem sujeito).
Na frase citada, “Resolveram parar a obra” é o predicado.
2.1. Tipos de sujeito:
2.1.1. Simples: Apresenta um só núcleo*: A INIMIZADE deles era grande. (INIMIZADE = núcleo).
2.1.2. Composto: apresenta mais de um núcleo: A RICHA e a INIMIZADE deles eram grandes. (RICHA e INIMIZADE = núcleos).
* O núcleo do sujeito é um substantivo;um pronome substantivo; ou qualquer palavra substantivada (= faz vezes de um substantivo).
SUBSTANTIVO: Palavra que designa os seres, de um modo geral: homem, Deus, fada, José (confira a aula sobre substantivo, ao longo do curso).
Pronome substantivo: É o pronome que substitui o substantivo.
Ex.: O homem foi à festa. Ele (o homem) não ficou satisfeito. (ele = pronome substantivo, porque substituiu homem).
Exemplo de expressão substantivada:
O olhar dela é triste (“olhar” é verbo; mas, na frase, está funcionando como substantivo; portanto, é o núcleo do sujeito).
2.1.3. Elíptico (oculto; implícito na desinência): Está implícito (escondido), mas é facilmente identificado:
- a) Pela desinência verbal:
“Já nem sei dizer se sou feliz ou não (...)”. (Sujeito = eu).
- b) Pelo contexto:
Roberto Carlos nasceu em Cachoeiro do Itapemirim. Era de origem humilde. (Ele = sujeito oculto).
2.1.4. Indeterminado: Não se quer ou não se pode determinar.
Casos:
1º caso: Verbo na terceira pessoa do plural, sem referência a antecedente:
Falaram mal de você, na festa.
2º caso: Verbo transitivo indireto (vti), ou intransitivo (vi), na terceira pessoa do singular + SE:
Gosta-se de praia.
Gostar = verbo transitivo indireto.
Vive-se bem em João Pessoa.
Viver = verbo intransitivo.
3º caso: Verbo de ligação (vl) na terceira pessoa do singular + SE:
Era-se feliz em João Pessoa, antigamente.
Era = verbo de ligação.
ATENÇÃO!
Quando tivermos verbo transitivo direto (vtd), na terceira pessoa do singular ou plural + SE, o sujeito será SIMPLES, de voz passiva:
Reformulou-se o plano. (plano = sujeito).
Reformularam-se os planos. (planos = sujeito).
Observe o leitor que a estrutura passiva fica clara:
Reformulou-se o plano.
O plano foi reformulado.
Reformularam-se os planos.
Os planos foram reformulados.
Perceba-se que o mesmo raciocínio não pode ser feito com a frase: “Gosta-se de praia”. Pode-se dizer: “É gostado de praia”?
2.1.4. Oração sem Sujeito (alguns gramáticos preferem chamar sujeito inexistente; o que é uma incoerência: como uma coisa que não existe pode ser classificada?). Ocorre com os seguintes VERBOS IMPESSOAIS:
1º caso: Verbo HAVER, no sentido de tempo ou existência:
HÁ DUAS SEMANAS, não a vejo. (A oração em letras garrafais não tem sujeito, porque o verbo haver está em sentido de tempo).
Havia várias pessoas na reunião. (Sentido de existência).
2º caso: Verbo fazer, no sentido de tempo ou fenômeno da natureza:
Faz dez anos da morte dela (tempo).
Faz muito calor naquela cidade (fenômeno da natureza).
3º caso: Verbos que indicam fenômeno da natureza, desde que não estejam em sentido figurado:
Chove lá fora.
Note que na oração:
“Choveram muitas reclamações na reunião”, a oração tem sujeito (= muitas reclamações), porque o verbo chover está em sentido figurado.
4º caso: Verbo ser, no sentido de tempo ou distância:
ERAM DUAS HORAS quando ela saiu. (A oração em garrafais não tem sujeito, porque o verbo ser está em sentido de tempo).
Daqui a patos são 303 quilômetros (distância).
5º caso: Verbos BASTAR e CHEGAR + DE:
Basta de exploração!
“Chega de saudade (...)”.
6º caso: Verbo IR, no sentido de tempo:
Ia em dez anos da nossa formatura.
2.1.5. SUJEITO ORACIONAL
Apresenta-se em forma de oração: É necessário QUE VOLTES. (Que voltes = sujeito oracional).
Observação: Estudaremos esse sujeito quando falarmos sobre orações subordinadas substantivas subjetivas.