Em época de crise, a promessa de um trabalho faz com que desempregados desembolsem o que não têm para garantir a vaga.
A Delegacia de Defraudações e Falsificação de João Pessoa prendeu quatro homens acusados de aplicar golpes contra pessoas que procuravam empregos, na Capital. Eles tinham aberto uma empresa com a proposta de oferecer treinamentos e contratações, e fez mais de 20 vítimas, em dois meses. As pessoas lesadas denunciaram o caso à Polícia Civil, que iniciou a investigação e chegou à prisão dos acusados, na tarde de ontem.
Além de serem iludidas com o falso emprego, cada uma das vítimas teria desembolsado R$ 300 para fazer um curso de capacitação e ser encaminhados a empresas.
O delegado Lucas Sá acredita que pode existir outras vítimas, já que a empresa funciona com um número de cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ) há um ano.
As investigações mostraram que o proprietário dessa empresa já tinha aberto outras duas empresas com a mesma proposta, nos últimos quatro anos, nas cidades de João Pessoa e Bayeux. “Ele abre uma empresa, pratica essa fraude, fecha e abre outra. Nessa ultima, estava atuando há um ano”, comentou.
O delegado disse ainda que os dois seguranças da empresa, que também foram presos, tinham a função de intimidar as vítimas e constrangê-las a fazer o pagamento da taxa. Outro agravante citado pela polícia é que o dono da empresa usava o nome de Lucas Sá, se dizendo amigo pessoal do delegado, como forma de ganhar credibilidade.
Ao saber das vagas, as vítimas compareciam à agência com a expectativa de serem contratados em alguma função, pagavam R$ 300 para um suposto treinamento, com a promessa de uma vaga garantida. “Segundo as denúncias, ele informava até os nomes das empresas que teriam as vagas de trabalho abertas”, disse o delegado.
Na delegacia, o acusado de comandar o esquema criminoso, negou que estivesse lesando as vítimas. “Eu não entendo porque estou sendo preso. Ninguém tem nenhum documento que prove que eu prometia emprego. Eu estava apenas fazendo o bem”, disse.